EUVALDO LODI

Nasceu em Ouro Preto, então capital de Minas Gerais, no dia 9 de março de 1896, filho do casal de imigrantes italianos, Luigi Lodi e Anunciata Lodi. Em 1898, mudou-se, juntamente com a família, para Belo Horizonte, um ano após a transferência da capital de Minas Gerais para essa cidade. Apesar de existir na capital mineira uma escola própria para receber filhos de imigrantes italianos, seus pais optaram por matricular Euvaldo Lodi e os demais irmãos em uma escola brasileira, o Ginásio Mineiro. Depois de concluir os estudos nesse Ginásio, Lodi retornou a Ouro Preto, ingressando na Escola de Minas e Metalurgia.

Formou-se engenheiro em 1920 e, em seguida, integrou-se à Companhia de Mineração e Siderurgia do Gandarela, de propriedade de Henrique Lage, onde trabalhou na área de civil e minas, assumindo, no ano seguinte, as funções de Diretor-Presidente e Consultor da firma Lage & Irmãos, chegando a atuar na Companhia de Navegação Costeira do mesmo grupo, sediada no Rio de Janeiro.

Em 1923, tornou-se membro da Comissão Nacional de Siderurgia, onde levantou ocorrências de carvão, minério de ferro e manganês nos Estados de Santa Catarina e Parará, a fim de verificar a viabilidade da instalação de uma grande usina siderúrgica no País. Dentre as atividades por ele desenvolvidas no Estado de Minas Gerais, figuram a construção de rodovias e ferrovias, a exploração de minas de ferro e carvão e a instalação de fornos metalúrgicos. Sua experiência e dinamismo empresarial lhe valeram o cargo de Presidente do Centro Industrial de Juiz de Fora.

Entre 1924-1925 foi colaborador do Jornal carioca O Imparcial onde escreveu matérias ligadas a temas de seu conhecimento, como geologia, legislação de minas, estradas de ferro, tarifas aduaneiras e problemas gerais da indústria e da agricultura.

Euvaldo Lodi participou dos protestos políticos que culminaram com a Revolução de 30, ingressando, posteriormente, no Clube 3 de Outubro. Esta organização nacional tinha como objetivo orientar as mudanças de âmbito econômico, social e político a serem implementadas pelo novo Governo. Opondo-se à política tarifária do Governo então adotada, Euvaldo Lodi participou de uma comissão formada por vários órgãos filiados ao Centro Industrial do Brasil (CIB), apresentando ao Chefe do Governo Provisório, Getúlio Vargas, e ao Ministro da Fazenda, José Maria Whitaker, uma síntese das opiniões dos representantes da lavoura e do comércio importador.

Transferindo-se para o Rio de Janeiro, então Distrito Federai, durante o período 1931-1936, Euvaldo Lodi foi membro do conselho diretor da Federação Industrial do Rio de Janeiro (Firj), entidade  cuja função principal era contemplar as condições postas pela renovação política decorrente da Revolução de 30, buscando promover a adaptação da organização patronal às exigências da nova legislação sindicai em vigor. Ainda nesse período, integrou a comissão de coordenação do ClB, juntamente com Horácio Lafer e Vicente Galiez, contribuindo para a organização de sindicatos patronais e a criação de associações de industriais em todo o País.

Em 1932, Euvaldo Lodi representou a Federação das Indústrias de Minas Gerais na nova Comissão Revisora de Tarifas, atuando com Vicente Galiez, Otávio Pupo Nogueira e Válter James Gosling. No ano seguinte, tornou-se um dos fundadores da Confederação Industrial do Brasil e, também, o Quarto Vice-Presidente da primeira diretoria desta Confederação. O esforço em prol da organização de sindicatos patronais ligados à indústria visava responder a uma determinação da Assembléia Nacional Constituinte que se reuniria a partir de novembro de 1933, cuja composição incluía, além dos eleitos pelo sufrágio universal, representantes classistas indicados pelos sindicatos legalmente reconhecidos. Na Convenção dos Sindicatos Patronais, realizada em julho do mesmo ano, no Rio de Janeiro, Lodi participou como Delegado do Sindicato das Indústrias de Ferro de Minas Gerais, logrando ser eleito um dos 17 representantes dos empregadores à Assembléia Constituinte. Na Constituinte, Euvaldo Lodi atuou como líder da bancada dos empregadores, compondo também a chamada Comissão dos 26, encarregada de elaborar o anteprojeto da Constituição, ficando sob sua responsabilidade a redação dos capítulos intitulados Ordem econômica e social , Família e Educação e cultura do anteprojeto.       

Após a promulgação da Constituição de 1934, Euvaldo Lodi foi escolhido por Vargas para integrar o recém-criado Conselho Federal de Comércio Exterior (CFCE), cuja função era colaborar na definição da política econômica do Governo. Após a posse, em 3 de maio, Lodi assumiu o cargo de Segundo Vice-Presidente da Câmara e membro da comissão de Finanças, dedicando especial atenção a questões relacionadas com a legislação social e de minas, águas, energia hidráulica e apoio à indústria nacional. O cargo assumido não impediu que Lodi concorresse à renovação de seu mandato, sendo eleito Deputado Federal, em janeiro de 1935. Seu mandato parlamentar na Cãmara dos Deputados foi suspenso em 10 de novembro de 1937, em decorrência da dissolução do Legislativo, determinada pela implantação do Estado Novo. Concentrando.se no exercício da liderança empresarial, Lodi assumiu, em seguida, o cargo de Segundo Vice-Presidente da Confederação Industrial do Brasil, durante a gestão de Roberto Simonsen. Nessa época, iniciou-se o enquadramento da entidade na lei sobre sindicalização, que apesar de apoiada por Lodi, encontrou fortes resistências entre os empregadores.

Entre 1938 e 1940, Lodi acumulou as Presidências da Firj (que em 1939 passou a chamar-se Centro Industrial do Rio de Janeiro), da Federação dos Sindicatos Industriais do (então) Distrito Federal (que tomou o nome da antiga Firj) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), entidade recém-criada com a participação das federações industriais de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Com as mudanças ocorridas no País após a Primeira Guerra Mundial, a indústria brasileira viu-se forçada a produzir mais e diversificar a sua produção em decorrência da interrupção do fluxo de importação de produtos industriais. Também como conseqüência da Guerra, o fluxo de vinda de operários especialízados e de técnicos europeus para o Brasil tornou-se mais irregular. Tais mudanças mobilizaram os empresários da indústria a negociar com o Governo medidas concretas que garantissem o desenvolvimento da indústria nacional. Como diretor da CNI e assessor do Governo Vargas, Euvaldo Lodi, passou a integrar o Conselho Consultivo da CoordenaCão de Mobilização Econômica, órgão criado depois do ingresso do Brasil na Segunda Guerra Mundial, visando promover a mobilização dos recursos econômicos nacionais, a fim de orientar a intervenção governamental na economia.

Neste mesmo ano, Lodi compôs uma Comissão encarregada de estudar a criação de um organismo destinado a promover o ensino profissional requerido pelos estabelecimentos fabris. Constituída em 1941, a Comissão contou com a participação de Valentim Bouças e Roberto Simonsen, este último, Presidente da Federação das Indústrias de São Paulo. De acordo com proposta apresentada pelo empresariado paulista, o fortalecimento do ensino especializado seria alcançado ... mediante a cooperação da indústria, tomando a si o encargo do preparo de um terço dos técnicos, mestres e artífices, além do aperfeiçoamento de novos e antigos manipuladores. Segundo a previsão dos mesmos, à medida em que aumentassem o aparelhamento material e o aperfeiçoamento do operariado, a indústria passaria a necessitar de menor contingente operacional de mão-de-obra, bastando a previsão da formação de quinze por cento sobre o total dos operários especializados, supondo-se que as vagas por morte ou aposentadoria seriam preenchidas pelo melhor aparelhamento maquínico e pela maior eficiência do trabalho. Os trabalhos da referida Comissão desenvolveram-se sob a presidência do Ministro da Educação, Gustavo Capanema, e contaram com a colaboração do Diretor da Seção do Ensino Técnico do Ministério da Educação, Francisco Montojos, bem como dos especialistas em ensino industrial, Joaquim Faria de Góes Sobrinho, João Luderitz, Licério Schreiner e Rodolfo Fuchs. Entre os empresários, merece destaque a atuação de Roberto Mange, mentor do Centro Ferroviário de Ensino e Seleção Profissional  de São Paulo (Cfesp), órgão que supervisionava a formaçao nas estradas de Ferro Sorocabana, do Estado de São Paulo. Em setembro de 1941, a Comissão apresentou ao Governo um documento no qual propunha a fundação de um serviço de ensino profissional na forma de uma organização autônoma, dirigida pelas federações industriais e sob controle da CNI. Em 22 de janeiro do ano seguinte, foi sancionado o Decreto-Lei 4.048 que criou o Serviço Nacional de Aprendizagem dos Industriários, mais tarde Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), do qual Lodi tornou-se Presidente.

As atividades que envolveram a formulação do projeto de criação do Senai determinaram intensos estudos sobre a realidade industrial brasileira, de um lado, e, de outro, sobre os modelos disponíveis para promover a organiização das escolas ou centros de aprendizagem industrial. O relato de Euvaldo Lodi sobre esse processo ilustra bem a conduta do grupo, segundo ele, impulsionada por alvos bem definidos. De acordo com suas próprias palavras, ele e seu grupo estudaram, em 1942 e 1943, a fisionomia de cada um dos núdeos industriais do Brasil, alinhando dados relativos à mão-de-obra e ao desenvolvimento da produção, porém, nao a (produção dos tempos) da guerra, mas a que se tornaria normal nos anos de paz e de crise subseqüentes; ouvindo, também, os patrões experientes e os técnicos brasileiros e estrangeiros(apud Mourão, 1992, p.168).      

A Lei determinou que o Senai fosse dírigido CNI, sendo mantido pela contribuição dos estabelecimentos industriais a ela filiados. Dois outros decretos complementaram a regulamentação da matéria: o primeiro deles, o Decreto-Lei 4.481 de 16 de julho de 1942, determinava que as empresas mantivessem entre seus empregados 8% de menores ou aprendizes do total de empregados e os matriculassem em escolas mantidas pelo Senai (dando prioridade aos filhos, inclusive os órfãos e irmãos, de seus empregados). O mesmo decreto criou dois tipos de escolas: as estabelecidas nas próprias empresas e as mantidas pelo sistema oficial de ensino. O segundo Decreto-Lei (4.436), sancionado em 7 de novembro de 1942, determinava que sua rede de escolas profissionais atingisse também o setor de transportes, comunicações e pesca. Exigia, ainda, que essas escolas passassem a ministrar, além dos cursos de aprendizagem, o ensino continuado, de aperfeiçoamento e especialização.

Tomando-se um dos pioneiros do ensino profissionalizznte no Brasil, Euvaldo Lodi assim definiu a função social que ele esperava ver cumprida com a criação do Senai:

Com efeito, não há meio mais fecundo de progresso social do trabalhador do que a educação, particularmente a educação técnica acessível, para as crianças, até os mais aros graus, tal como o Senai programou e já executa, através inclusive do seu sistema de bolsas. Teremos contramestres e Operários peritos, onde só haveria operários comuns; teremos técnicos graduados, onde só haveria operários mais hábeis e mestres de oficinas. Assim, os altos postos da técnica, da direção e do capital estarão mais acessíveis ao trabalhador humilde, ampliando-se o processo espontâaeo que, sobretudo num País novo, elevou e eleva a muitos de nós de condições do anonimato e da pobreza a elevadas posições como empreendedores e capitalistas (Apud Mourão, 1992, p.165)

Em julho de 1943, tornou-se membro fundador e Vice-Presidente da Legião Brasileira de Assistência, presidindo no ano seguinte, o Congresso Brasileiro da Indústria, promovido pela CNI e organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). No segundo semestre de 1935, integrou uma comissão do Conselho Nacional de Política Industrial e Comercial (CNPIC), órgão do Ministério do Trabalho, que apresentou um projeto de planificação da economia brasileira, rejeitado pela Comissão de Planejamento Econômico, cujo relator, o economista Eugênio Gudim, era partidário do liberalismo econômico e, portanto, contrário aos argumentos apresentados por Lodi e Simonsen.

Em novembro de 1944, Euvaldo Lodi e João Daudt d\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\'Oliveira chefiaram a delegação brasileira à Conferência Econômica Internacional de Bretton Woods, nos Estados Unidos, que reuniu representantes de 44 países aliados para tratar da reorganização econômica e financeira mundial depois que se consumasse a vitória sobre os países do Eixo. Dentre os principais desdobramentos dessa conferência estão a formação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento. Em 1945, Lodi representou o Brasil na Conferênda de Paz, realizada em Paris, seguindo depois para Washington na qualidade de delegado à IV Reunião de Consulta dos Chanceleres Americanos.

Em Junho de 1946, o Presidente Eurico Gaspar Dutra sacramentou a criação do Serviço Social da Indústria (Sesi), do qual Euvaldo Lodi foi fundador e Diretor-Geral.  Estruturado como

entidade de direito privado, mantido por contribulção espontanea dos próprios industriais, fixada em 2%  do valor de suas folhas de pagamento, o Sesi foi concebido como um órgão de caráter complementar ao trabalho desenvolvtdo pelo Senai. Sua função precípua era atuar nos problemas sociais que atingiam os trabalhadores brasileiros. De acordo com Lodi, o Sesi exercia também missão pedagógica e educacional, visando atender a um duplo objetivo: o aumento da produção e a valorização do homem.

Após a queda do Estado Novo, Euvaldo Lodi elegeu-se Deputado Federal por Minas Gerais, na legenda do Partido Social Democrático (PSD), exercendo o mandato a partir de janeiro de 1947. Dessa data até o final de seu mandato, em 1951, Lodi participou das comissões de Segurança Nacional e de Legislação Social da Câmara. Em 1948, atuou, mais uma vez, como representante dos empregadores na Comissão de Enquadramento Sindical. Durante o período 1948-1949, foi Presidente da Comissão de Desenvolvimento Industrial da chamada Missão Abbink (Comissão Mista Brasileiro-Americana de Estudos Econômicos). Foi reeleito em 1951, desempenhando o segundo mandato como Deputado Federal pelo PSD até 1955, período no qual atuou na Comissão de Tomada de Contas. Ainda em 1951, por ocasião da Conferência Pan-Americana de Chanceleres, realizada em Washington, Lodi integrou a delegação brasileira no evento. No perfodo 1952-1954 voltou a representar os empregadores na Comissão de Enquadramento Sindicai, e em 1953 foi membro da Comissão de Bem-Estar Social.

Euvaldo Lodi foi membro e Presidente do Conselho Diretor da Escola de Ciências Políticas e Econômicas de São Paulo e da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas do Rio de Janeiro. Representou, ainda, a Indústria e o Comércio no Conselho Nacional de Similares (vinculado ao Ministério da Fazenda) e presidiu a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), órgão das Nações Unidas.

 

Iniciou seu terceiro mandato como Deputado Federal pela mesma legenda, em 1954, falecendo em 1956, vítima de um acidente automobilístico. Era casado com Alvarina Castro de Oliveira Lodi e teve três filhos: Myriam, Milton e Múcio.

Treze anos após o seu falecimento, em 29 de Janeiro de 1969, foi lnstitufdo o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), órgão ligado à CNI, ao Sesi e ao Senai, que recebeu o seu nome em reconhecimento à contribuição que prestou para o desenvolvimento de atividades ligadas à formação profissional e à qualificação do trabalhador da indústria. Atualmente, o IEL conta com o núcleo central que define as políticas e as diretrizes gerais e com núcleos regionais, filiados às Federações de Indústria nos diversos Estados brasileiros, e tem como objetivo promover a articulação entre empresas e o sistema educacional. Partindo do conceito de que a educação é base para se obter melhores níveis de competitívidade e produtividade, as ramificações regionais do IEL estabelecem parcerias com universidades e instituições de pesquisa, desenvolvendo ações tais como formação de empreendedores, apoio a programas de qualidade, informática industrial, design etc,

 

Euvaldo Lodi publicou A indústria e a econom/a nacional (1949). Escreveu diversas teses, artigos, folhetos e discursos parlamentares e pronunciou conferências sobre economia e desenvolvimemto da indústria nacional que foram reunidos e publicados no livro Discursos e conferências (1954).

Sua contribuição à educação brasileira, particularmente ao ensino técnico e profissional, está ligada à ativa liderança que exerceu, ao longo de sua vida, no meio empresarial e político brasileiro em prol da criação de condições propícias ao desenvolvimento industrial em particular e ao desenvolvimento econômico do País. Em seu pensamento, a relação entre educação, ensino profissional e desenvolvimento econômico nacional articula-se ao preceito de que a elevação da formação técnica e educacional apresenta-se como requisito para a elevação do padrão de vida do cidadão comum. Segundo suas próprias palavras…

Examinar, em seu conjunto ou isoladamente, o tríplice aspecto do fenômeno educadonal, ou seja, a filosofia, a didática e administração, é ao mesmo tempo um investimento e um consumo; no primeiro sentido, a capacitação do homem é uma das pedras angulares do desenvolvimento econômico; no segundo, é um dos elementos importantes do bem-estar, indispensável para a fruição plena da vida. (Apud Mourâo, 1992, p.165)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 ABREU, Alzira; BELOCHI, Israel. Dicionário histórico-biográfico brasileiro (1930-1983). RIO DE JANEIRO: Forense Universitária, Cpdoc/Finep, 1984. CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Verbetes: Euvaldo Lodi, Senai, Sesi, CNI. LOPES, Stenio. Senai 50 anos: retrato de uma instituição brasileira, Editora da Universidade Federal da Paraíba, 1992. MOURÃO, Eliana. Euvaldo Lodi: fragmentos de memória. Senai - Minas Gerais, Projeto Memória Senai, Belo Horizonte, 1992.


http://www.ieldf.org.br/iel.html;